Wesley promete um final de ano feliz para a torcida do Palmeiras -
Wesley entra na sala de musculação da Academia de Futebol e
tira onda dos companheiros. Bruno, Fernando Prass, Eguren... ninguém escapa das
brincadeiras. Nem Valdivia. A cena ocorrida instantes antes do início da
entrevista que ele concedeu ao Portal , no fim da tarde da última
quinta-feira, é o retrato da sua rotina no Palmeiras. Dentro e fora de campo,
ele comanda o bom humor do Verdão com apelidos, apostas e piadas. E garante que
mantém a mesma postura diante de dificuldades na vida pessoal e profissional.
- Sempre tento estar feliz, brincando com todos. Vivemos
mais aqui do que com nossos familiares. Quando eles dão brecha eu pego no pé
mesmo. O Valdivia está no nosso país, ele que aguente - diz, aos risos.
Apesar da alegria constante, Wesley teve poucos motivos para
sorrir em 2012. Contratado em março por R$ 14 milhões, ele rompeu o ligamento
cruzado anterior do joelho direito em seu quarto jogo, no dia 8 de abril. Ficou
mais de seis meses parado e voltou no fim do ano. Durante a recuperação,
conviveu com a morte do ex-padrasto. E sem quase poder ajudar, viu o Verdão ser
rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
A reviravolta só veio nessa temporada. Wesley e os demais
jogadores oscilaram no início do ano. Mesmo fora de posição, ele já se
destacava pelos passes precisos. Após o retorno de Valdivia, recuperado de
lesão, teve conversa franca com o técnico Gilson Kleina. E fez um pedido.
A prioridade é o Palmeiras, sempre. Mas eu me sentia à vontade e
falei a ele que gostaria de brigar pela posição de segundo volante, saindo para
o jogo. Ele sabia disso, mas vinha me usando como meia por necessidade.
Trabalhei no dia a dia sabendo que a oportunidade chegaria e teria de agarrar.
Agora chegou a minha hora e espero não sair mais - comemora.
De fato, a hora de Wesley chegou. Na função de origem ele
virou o principal garçom do Verdão, com sete assistências e mais três
participações em gols, além de uma bola na rede. O gosto pelos passes cresceu
no Werder Bremen, da Alemanha, onde também amadureceu taticamente.
- Na Europa, preferem mais o passe do que o gol. Também
aprendi a ter aplicação tática. Nós, brasileiros, não temos isso em mente. É
ter a leitura do jogo. Se o volante sai, você volta e ajuda. Se um zagueiro
sai, você retorna na posição dele. E não pode bagunçar o jogo: cada um tem de
guardar sua função - diz.
Titular e vivendo sua melhor fase no Palmeiras, Wesley
aceita e até se motiva com as cobranças. Mas não se vê em dívida com o clube
por conta do alto investimento feito na sua contratação e o tempo de
inatividade pelo problema no joelho.
- Não escolhi sofrer a lesão. Sempre estive tranquilo. E se
me cobram é porque sabem que posso render. Quem não quer cobrança procura outra
coisa para fazer. Depois dá um gostinho melhor pela vitória – afirma.
Wesley comanda as brincadeiras no Verdão
Apostas e paternidade
A boa fase de Wesley dentro de campo também tem a ver com a
vida pessoal. Ele e a mulher Thatiane estão vibrando com a chegada do pequeno
Lian, que nasceu no início deste mês. Falar sobre o filho mexe com o volante do
Verdão, mas ele garante: a paternidade não acabará com as brincadeiras.
Além de dar apelido aos companheiros, Wesley gosta de
apostar com os goleiros. As disputas quase sempre envolvem penalidades. E os
prêmios variam de camisa oficial a comida simples em boteco.
- Logo que cheguei, o Fábio e o (Raphael) Alemão viram que
eu batia bem na bola e me chamaram para apostar. Como tinham acabado de subir e
eram garotos, eles decidiram o prêmio da aposta. Aí falaram que pagariam uma
esfiha e um refrigerante (risos) – recorda.
Justamente por comandar as brincadeiras, Wesley é o
adversário preferido no videogame. Ele reconhece ser ruim no futebol virtual e
aponta o atacante Vinicius como o melhor do elenco.
Tantas brincadeiras, porém, não significam falta de compromisso
do volante com o Palmeiras. Apesar de todo o bom humor, ele fica sério ao falar
da missão de levar o Verdão de volta à Série A do Brasileirão. Assim como o
clube, o próprio atleta está resgatando seus dias melhores. E manda um recado
aos torcedores.
- Às vezes, acontece algo (ruim) e não é por sacanagem.
Trabalhamos muito e podem ter certeza de que teremos um final de ano feliz,
bacana e com dever cumprido. Estamos juntos.
Wesley vibra com o nascimento do filho Lian
Wesley vibra com o nascimento do filho Lian
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