A saída de Hernán Barcos para o Grêmio no início do ano
deixou o Palmeiras órfão na posição de centroavante. Com o jovem Caio não se
firmando e a aposta Kleber colecionando más atuações, o técnico Gilson Kleina
chegou a escalar em vários jogos o time sem um "9" fixo, preferindo a
mobilidade de jogadores como Leandro e Vinícius. Mas a chegada de Alan Kardec
na Série B revigorou o setor e deu ao treinador um titular incontestável.
O golaço na vitória por 2 a 1 contra o São Caetano nesta
terça-feira, passando no meio de quatro marcadores do time do ABC antes de
finalizar com classe na saída do goleiro, foi o quarto de Kardec em cinco
partidas com a camisa alviverde - média impressionante de 0,8 gol por jogo, que
se for mantida, é suficiente para garantir a artilharia de praticamente
qualquer campeonato.
E não foi a primeira pintura do atacante, emprestado pelo
Benfica de Portugal, neste início de passagem pelo Palmeiras. Na goleada por 4
a 0 sobre o Icasa, ele marcou duas vezes, sendo uma delas outro golaço: recebeu
passe de Valdivia na área, ajeitou o corpo e colocou de primeira no ângulo, sem
chances de defesa para o goleiro da equipe cearense.
O que mais chama a atenção é que o centroavante está longe
de ser um "poste" parado na área adversária. Além do ótimo jogo
aéreo, Kardec se movimenta, mostra facilidade no domínio e na tabela, e muitas
vezes serve como armador, recuando para receber a bola no meio e girando para
dar bons passes à frente. Inteligência tática que o jogador já havia mostrado
nos tempos de Santos, quando chegou a ser escalado como meia ofensivo ou ponta
direita.
No Palmeiras, porém, a posição de Kardec é uma só:
centroavante. Com média de goleador e qualidade para produzir lances bonitos
como o golaço desta terça, o atacante já é peça quase indispensável no sistema
de Gilson Kleina.
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